O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) sorriu e debochou de um jornalista que lhe perguntou nesta segunda-feira (18) sobre as possíveis apurações a respeitos dos áudios gravados pelo Superior Tribunal Militar (STM) e divulgados recentemente pela imprensa, em que casos de tortura praticados abundantemente durante o regime militar (1964-1985), foram confirmados e detalhados por membros das próprias Forças Armadas durante processos internos.

Mourão ironiza a possível investigação sobre sessões de torturas praticadas durante o regime militar reveladas em áudios gravados em audiências do STM
Foto: Reprodução (Yahoo)

“Apurar o quê? Os caras já morreram tudo, pô. Vai trazer os caras do túmulo de volta?", debochou o vice-presidente, pré candidato a senador pelo Rio de Janeiro.

Há várias justificativas para essa apuração, que podem ser apresentadas ao Mourão, mas a principal delas talvez seja a de que, comprovar atrocidades como “dar choques em vaginas de mulheres, inclusive grávidas“, para que elas dissessem o que os milicos queriam ouvir, é importante para esvaziar o culto de imbecis desavisados por um regime que cometia esse tipo de barbárie.

Nesses áudios, quem disse que o regime militar tirava as roupas das mulheres, amarrava-as de pernas abertas e prendiam fios eletrificados nos seus lábios vaginais não foi a oposição, não foram vitimistas em busca de indenização ou os esquerdopatas, foram os próprios integrantes das forças, como o general Rodrigo Otávio Jordão Ramos, que, em 24 de junho de 1977, comentou durante um processo que corria no STM, as torturas contra uma presa que estava grávida e perdeu o filho:

“Alguns réus trazem aos autos acusações referentes a tortura e sevícias das mais requintadas, inclusive provocando que uma das acusadas, Nádia Lúcia do Nascimento, abortasse após sofrer castigos físicos no DOI-Codi”, disse o general que descreveu o ocorrido:

“Sofreu um aborto no próprio DOI-Codi, em virtude de choques elétricos em seu aparelho genital.”.

Será que com o conhecimento desses fatos ainda haverão tantos imbecis lutando contra as instituições ou contra a própria democracia, a favor de um regime, que de tão totalitário, pode se sentir a vontade para cometer esse tipo de barbaridade?

E diferente do que os “môcos” pensam, isso ocorria não era contra assaltantes, batedores de carteiras, estupradores, ou assassinos, essas práticas eram cometidas contra pessoas, e seus familiares, que ousavam apenas discordar de alguma medida e até do governo por inteiro.

Após posar de “milico” moderado, equilibrado, Mourão se revela um belo idólatra de bárbaros, que, repito, tiravam roupas de mulheres, amarravam-nas de pernas abertas e colocava fios eletrificados em seus lábios vaginais.