Em apenas cinco anos, o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou de ser o machão, que enfrentava adversários aos berros e a COVID-19 como a uma gripezinha, para se tornar o velhinho cheio de comorbidades, impossibilitado de enfrentar seus BOs

Desde a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão pela tentativa de golpe de estado, que culminou nos atos de 08 de janeiro de 2023, a sua defesa e seu entorno vem falando e reivindicando o cumprimento da pena em “regime domiciliar humanitário”.
Segundo os advogados e a família de Bolsonaro, ele é um idoso com múltiplas comorbidades, que não pode ser preso por precisar de cuidados especiais, uma descrição que diverge drasticamente do ‘capitão machão‘, que a apenas cinco anos atrás bradava xingamentos e ameaças contra desafetos políticos, e do homem com “histórico de atleta” que, se pegasse COVID-19, não sentiria mais do que os sintomas de uma gripezinha.
“No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta… se o vírus me pegasse, eu nem sentiria nada — ou, na pior das hipóteses, uma gripezinha ou resfriadinho”, declarou o então presidente da República, em 24 de março de 2020, durante pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, zombando da pandemia quando atuava descaradamente contra as recomendações científicas, dizendo que “a economia não podia parar”.
Convenientemente, nesse curto espaço de tempo Bolsonaro passou de blindadão, quando tinha poder, para um pobre velhinho doente, quanto tem que cumprir a pena dos crimes pelos quais foi condenado.
Agora os “direitos dos manos” viraram direitos humanos e o homem que receitava Cloroquina para a COVID-19 precisa de acompanhamento 24 horas por causa do soluço.
Decadência acelerada ou conveniência? Eis a simples questão!
