O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está virando “persona no grata” entre os bolsonaristas devido o seu apoio à Reforma Tributária e esse movimento está causando um resultado diferente do que imaginavam os seguidores do ex-presidente.

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro na feira de tecnologia agrícola Agrishow / Foto: Reprodução (André Pera – Pera Photo Press – Estadão)

Tarcísio foi hostilizado por deputados do PL em uma reunião da legenda com os parlamentares e comandada por Jair Bolsonaro, para discutir o posicionamento da bancada na votação da Reforma. O governador, que foi contra a proposta no início, mudou de opinião e declarou apoio ao projeto, com ressalvas, no dia anterior.

De acordo com interlocutores, Tarcísio mediu que a reforma iria ser aprovada de qualquer forma, com ou sem seu apoio ou dos bolsonaristas, e teria decidido não ficar fora da história e do espectro reformista. Um cenário que os mais radicais seguidores do ex-presidente não enxergaram.

Está muito cedo para isso, mas a consequência de momento foi que o entorno do governador paulista, que comumente negava sua presença na disputa pela presidência da república em 2026, agora pouco nega e muito confirma essa possibilidade.

O resultado da votação da reforma diminuiu severamente o bolsonarismo radical, reduzindo o peso do seu controle de 99, para 75 deputados. Por outro lado, Tarcísio viu seu nome repercutir nacionalmente, com muita intensidade, como representante de uma direita mais moderada, com capacidade de diálogo, um perfil preferido pela maioria dos eleitores, segundo pesquisas realizadas.

O grande desafio para o republicano agora é provar que ele é de fato de direita e aguentar a máquina de moer gente do gabinete do ódio bolsonarista.

Essa é mais uma mera opinião deste que escreve e disponibiliza para o debate.