A proposta da Globo continuar com a transmissão da Formula 1 era muito melhor, mais segura em termos de valor, do que a oferta feita pela Band à Liberty, empresa dona da categoria, mas mesmo assim as corridas vão mudar de canal de TV. Por quê?
Três fatores, até o momento, são apontados como decisivos para Liberty optar por deixar a TV líder em audiência no país onde tem seu segundo maior público planetário, para transmitir as corridas pela emissora com pouco mais de 15% da audiência da concorrente.
Em primeiro lugar a Liberty confia no seu produto, crê que o público da F1 vai onde ela estiver.
O segundo ponto é que a empresa não vinha satisfeita com a Globo, que se dava ao luxo de menosprezar o pacote com receita líquida acima de R$ 200 milhões por ano, suspendendo a transmissão aberta dos treinos oficiais aos sábados, dos pódios, que ficaram restritos à internet, cortando integralmente algumas corridas para priorizar partidas de futebol e que se opunha irrestritamente à Streaming própria da modalidade no Brasil.
Mas, o mais decisivo para a escolha da Band no lugar da Globo, está a manira que a empresa dos Marinho vêm tratando seus colaboradores, desconsiderando outras possibilidades na hora de cortar gastos, cancelando contratos antigos, que ajudaram no sucesso da empresa.
No meio do ano passado a Globo rescindiu, sem constrangimento, o contrato com Jayme Brito, que durante anos atuou como produtor executivo da categoria na emissora e fazia a ponte na relação comercial entre a Liberty e a TV.
Brito levou seu “know hall” no trato com os executivos da Formula 1 para a intermediação exitosa do contrato pouco provável para a Band de dois anos.
Na mesa de negociação, a Globo achava que tinha a falta de alternativa e seu ex colaborador foi lá e mostrou para a Liberty/F1 que não era bem assim. Deu no que deu.
Será que a economia com Jayme Brito, da forma como foi feito, valeu a pena?